27 maio 2009

Boato


Anda por aí o boato de que há um novo Código de Estrada que exige o uso de coletes luminosos - como o da imagem - e dois triângulos. É boato, nada disso é verdade, não há novo código, é ilegal qualquer multa invocando a obrigatoriedade. Mas a cidade de Maputo tem, agora, muito vendedor de coletes e de triângulos.
Adenda 1: seria fascinante saber qual a intenção ou quais as intenções que deram origem ao boato.
Adenda 2 às 18:30: bem, vamos lá ver uma hipotezinha perversa. Mercado informal, agressividade comercial crescente, o boato pode ser uma bela alavanca para negócios rápidos, espertamente empreeendedorais, a internet e o celular aí estão para darem um empurrão instantâneo. O certo é que vendedores de triângulos e de coletes surgiram rapidamente um pouco por todo o lado, sendo presumível que o negócio tivesse já dado bons resultados com a técnica do "patrão, bom preço!" E, pelo que me disseram, há conhecimento de polícias a passar multas. Uma sub-hipótese é a do boato ter à sua retaguarda uma empresa informal de sócios com perfis múltiplos. O que acham?

5 comentários:

Anónimo disse...

estamos na tempo da criatividade.entao a policia tambem tem que ter criatividade.
assim ja rende ficar de pe,na marginal,na costa do sol, rende.
temos que ajudar a economia.esta ver o boato,faz vender culete,triagulo tambem. temos que ter espirito rico, dar de comer aos policias quando se vai frecar na praia.criatividade, entao!

Aderito Magumane disse...

Depois de ler a adenda 2 das 18:30 fiquei sem palavras pra comentar!
É tal de empreendedorismo misturado com cabritismo...
O que mais me espanta é o facto de haver policias a passar multas por uma "infracção" que não existe,quando eles deviam estar a lutar contra a desinformação, suponho que não sejam eles os desinformadores, repito, suponho!!

Anónimo disse...

A questao esta mal colocada. De facto nao ha'ainda nada legalmente estabelecido sobre colete luminoso e uso de telemoveis com viaturas em andamento.
O que permite os tais abusos e oportunismo.
Mas nao deixa de ser importante relacar que ambos os requisitos ja'sao pratica corrente noutros paises, que aqui se perpara para ter curso legal e que, mais importante, ajuda na estrada usar i colete luminoso e, nos, tempos que correm, e'incrivel como os condudores fazem as mais mirabolantes manobras porque estao a conversar no telemovel enquanto conduzem.
O resto sao expedientes do nosso subdesenvolvimento

Anónimo disse...

Professor,

Mercado Informal e Algumas Das Suas Implicacoes:

O mercado informal 'e alimentado de cima.

Chagam contentores, o importador paga "por fora" e tira o contentor, dai, comeca o ciclo de venda ao mercado informal,vede-se ao vendedor de esquina, e esse por sua vez alimenta o cinzentinho com umas moedinhas, para manter-se na esquina a vender.e estao todos satisfeitos.quando vem fiscais para lojinha do importador, tambem recebem "por fora".

Cria-se assim uma relacao entre os policias,fiscais,vendedores de esquina, lojistas fornecedores,alfandegas, "bosses" ,importadores e/ou pequenas unidades informais produtivas, que num "sistema central de marketing" nao estruturado, mas altamente eficiente, responde 'a procura produzida.

Se alguem nesse esquema nao estiver satisfeito ou nao pretender fazer parte do jogo, vem as MULTAS, que segundo a lei, primeiro paga-se e depois reclama-se, e a reclamacao ou nunca 'e atendida ou entao complica-se ao reclamante, pois a "autoridade" tem sempre razao!

Esse sistema tem 5 grandes problemas:

1- custa mais caro ao consumidor, sempre.
2- incentiva e consolida a corrupcao de topo 'a base.
3- ninguem paga imposto, nem direitos, logo nao vai aos cofres do estado.
4- as empresas formais deixam de ser competitivas, e tem que entrar no "sistema" para sobreviverem.
5- surjem esquemas "criativos" de burla e chantagem.

Viriato Dias disse...

Temos aqui um caso de uma inovação pela negativa. Infelizmente as TICs também podem trazer dissabores às pessoas, como é o caso vertente. Insisto que num caso como este, de pleno boato, o ministério de tutela e as instituições lesadas devem imediatamente emitir um comunicado aos órgãos de informação social a desmentir o facto, repudiando, condenando e com promessas de encontrar os culpados, e não deixar as pessoas fazer cálculos quimérico sobre o mesmo. O boato tem por infelicidade semear confusão, arruaça, crispações, especulações e mais, um mal-estar geral entre as pessoas e ou instituições. Por isso urge quem de direito esclarecer este assunto de forma a que o público não seja apanhado em contra-pé.

Um abraço