30 novembro 2013

O boato do tira-camisa e a síndrome de Muxúnguè (3)

---"No terreno, não se constatou quem foi recrutado, onde, como, quando e nem o quartel onde eles estejam a treinar, neste momento. Estas cinco evidências não são comprovadas.”
---"No terreno, a nossa equipa de reportagem interpelou muitos jovens sobre o assunto, no entanto, ninguém conseguiu apresentar prova desta informação, limitanto-se apenas a afirmar que circulava informação de que muitos jovens estavam a ser recrutados para tropa."
---"Se as pessoas definem certas situações como reais, elas são reais em suas conseqüências."
Terceiro número da série. Entro no primeiro ponto do sumário apresentado no número anterior. 1. Introdução. Entre os dias 25 e 27 do corrente mês, com um clímax violento no dia 27, jovens começaram a protestar no Bairro da Munhava, periferia da cidade da Beira, contra o que entenderam ser um recrutamento forçado para o serviço militar. Correu, como um  rastilho, a notícia de que militares estavam a deter e a levar jovens nos mais variados pontos. Os protestos estenderam-se a outros bairros periféricos e chegaram, embora com intensidade menor, ao município do Dondo, a cerca de 20 quilómetros. Jovens muniram-se de objectos contundentes, levantaram barricadas, incendiaram pneus, lojas e mercados fecharam, pessoas fecharam-se em casa, algumas pessoas ficaram feridas, uma criança morreu aparentemente atropelada por um camião, a polícia interveio lançando gás lacrimogéneo e disparando para o ar. No dia 28 a situação começou a voltar à normalidade. Se não se importam, prossigo mais tarde.
(continua)

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